Vitória Lopes – Gazeta Digital
O apagão digital dos aplicativos WhatsApp, Instagram e Facebook nesta tarde de segunda-feira (4) não só afetou a comunicação em geral, como também os negócios e trabalhos de muitos profissionais.
Segundo o Down Detector, plataforma que monitora o funcionamento de serviços digitais, as reclamações de usuários começaram por volta do meio-dia. Até o fechamento desta matéria, o funcionamento das redes sociais não tinha voltado.
De acordo com a comunicadora Marcela Vasconcelos, diversas atividades da sua agenda foram suspensas ou aguardam a volta das redes sociais. As empresas organizam todo um calendário para seguir e publicar nas redes sociais, para garantir um bom engajamento, por exemplo.
Uma delas, inclusive, era um podcast, programado para esta segunda-feira. Ela também trabalha com influencers digitais, que relatam a insegurança com essa pane nas redes.
“Hoje realmente foi difícil, estamos sofrendo muito, os clientes sentem uma insegurança digital. Muitos não aprenderam a se conectar de outras formas. A quantidade de ligações que recebi de 13h até agora, é um impacto grande”, relata.
“Tem que buscar alternativa, como ligar, e ao mesmo tempo, essa é uma segunda-feira pra olhar no olho, tomar um café, fortalecer o afetivo humano, que essa não tem erro”, comenta.
Para o confeiteiro Paulo Berne, o apagão também trouxe alguns prejuízos. Ele utiliza o seu perfil no Instagram para vender os bolos e tinha conteúdo programado para publicar nos stories. Caso as redes não voltem até às 20h, Paulo vai ter que adiar a publicação.
“Era uma foto, mas agora não tem mais stories, que eu costumo postar, com uma produção e tudo mais. Ai prejudica, porque o stories funciona muito pra gente, porque traz aproximação com o cliente, mostro todo o processo do bolo”, detalha.
Por mais que trabalhe com encomendas, Paulo relata que hoje, por exemplo, poucas encomendas foram realizadas. “Tem gente que acaba pedindo de última hora por encomenda, e como não consegue entrar em contato comigo, pode desistir”.
Por sua vez, a assessora de comunicação Yael Botelho relata demora na comunicação entre os clientes. Ela recorreu ao bom e velho e-mail.
“Precisava falar com um cliente e não tinha como. Nesse momento estamos tendo que ter paciência, especialmente numa segunda-feira, que temos reuniões de pauta, e trabalhamos na busca de informações”, explica. Muito do trabalho de clipping é feito por meio das hashtags das redes sociais.
Até o momento, não há previsão de retorno dos aplicativos. Yael aponta a preocupação com a situação. “Não tem previsão de voltar, porque estamos acompanhando nos sites e Twitter e não ha previsão de retorno. Primeira vez que ficamos tanto tempo sem, pelo menos o WhatsApp”, recorda.